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quinta-feira, 7 de março de 2013

#Ficaadica: Carla Vendramin seleciona elenco para espetáculo


No dia 17 de março, domingo, às 14h, a artista Carla Vendramin oferece uma oficina de dança para selecionar dois bailarinos para seu novo trabalho. Serão escolhidos um bailarino (a) profissional e uma pessoa com deficiência (qualquer tipo) e que goste de dançar. Ministrada na Casa de Cultura Mário Quintana (Sala Marcos Barreto, 4º andar), a atividade exige alguns critérios para participação e necessita de inscrições prévias pelo e-mail contato.irisproducoes@gmail.com.

Para se inscrever é preciso ter mais de 18 anos e ter comprometimento com o trabalho que será desenvolvido. As pessoas com deficiência não precisam ter experiência em dança, já os bailarinos profissionais devem ter praticado trabalhos em dança contemporânea e contato improvisação e ter no mínimo 3 anos de experiência. Como o objetivo da oficina é selecionar duas pessoas para o espetáculo, também é preciso disponibilidade para intensivos e ensaios.
  
Os selecionados para o projeto receberão cachê de R$ 3.000,00 referente ao período de ensaios e 3 apresentações, acrescentando cachê de borderô de bilheteria referente a 7 apresentações (total 10 apresentações).

Confira os horários de ensaio:
Intensivo de 3 semanas - de 09 a 28 de Abril – terça-feiras a sexta-feiras pela tarde e noite – sábados e domingos pela manhã e tarde. Folgas: segunda-feiras, (outros dias de folga serão eventualmente combinados conforme andamento do processo e resistência do grupo).
Ensaios aos sábados: de Maio a Outubro pela manhã e tarde.
Os dias das apresentações ainda não estão definidos.




SERVIÇO:

Oficina para selecionar bailarinos - Carla Vendramin
17 de março
14h
Casa de Cultura Mário Quintana (Sala Marcos Barreto, 4º andar)
Inscrições: contato.irisproducoes@gmail.com.

Mostra fotográfica "Fulano de Tal" inaugura dia 13 de março

Fotografia de Régis Duarte

No dia 13 de março, quarta-feira, às 19h, a Galeria Mascate (Laurindo, 332) inaugura na Sala dos Lixos a mostra fotográfica "Fulano de Tal". A exposição soma retratos e trabalhos de 10 fotógrafos, com imagens tradicionais e documentais até a subjetividade contemporânea. A mostra segue até o dia 20 de abril, de terças a sábados, das 14h às 18h, e tem entrada franca.

Com organização dos fotógrafos Régis Duarte e Tiago Coelho, as obras passaram pela curadoria de  Cecil Beaton.  A exposição conta com fotografias de Albert Jodar, Alexandre Raupp, Claudio Menëghetti, Fernanda Chemale, Flavia Sammarone, Gabriela Mo, Raul Krebs, Roberta Sant´anna, Tadeu Vilani e Tiago Coelho.

Na galeria superior pode ser conferida a produção recente e individual de Régis Duarte. O artista começou sua carreira pintando telas com tinta acrílica e fez sua primeira individual no ano de 1994 na reabertura da Casa de Cultura Mario Quintana. Estudando arquitetura, foi no trabalho como diretor de arte em agência de publicidade que descobriu seu interesse pela moda. Com uma linha de vestuário que há 10 anos leva seu nome, Régis retorna as telas com um trabalho que ele classifica como contemplativo, onde interfere as imagens com linhas de crochê nas fotografias.

“Admito que não existe nada de complexo ou trabalhoso na feitura destes retratos. Nenhum ‘processo obsessivo’ para satisfações contemporâneas. É tudo muito simples como em um quebra cabeça de fotografias roubadas. Os crochês dos detalhes, não são da vovó, foram feitos, um a um, por minha mãe. E nem vamos perder tempo buscando leituras sócio-políticas de boutique. Para que dizer, se há tanto pra ver”, afirma.



SERVIÇO:
Fulano de Tal
De 13 de março a 20 de abril
De terças a sábados, das 14h às 18h
Galeria Mascate (Rua Laurindo, 332 - Porto Alegre)
Entrada Franca

terça-feira, 5 de março de 2013

#Ficaadica: Edital para artistas empilhadores


Está aberto até o dia 01 de maio o edital da 5ª edição do Projeto Empilháveis. E o que é isso? É uma ideia que surgiu em 2008 para identificar artistas que tivessem, entre seus trabalhos, obras que abordassem diferentes formas de empilhamento. O conceito é o de sobrepor coisas, dispor objetos uns sobre os outros, acumular ou amontoar, por meio das mais diversas formas, técnicas, representações, suportes e imagens. Em sua última edição, em 2011, o projeto contou com a participação de 40 artistas. Neste ano outras 40 obras serão somadas as da edição anterior, tendo um total de 80 obras expostas.

O período da exposição será de 29 de agosto de 2013 a 27 de setembro de 2013, na Galeria Arte DMAE. Para se inscrever basta ser artista residente no Rio Grande do Sul, ter um trabalho solo com o tema de empilhamento e encaminhar a ficha de inscrição. Uma boa notícia: um mesmo artista pode inscrever quantas obras quiser. A ruim: apenas uma será aceita.

Ficou afim? Entra aqui e conheça os detalhes do edital: http://www.atelierplanob.com.br/wp-content/uploads/regulamento_empilhaveis.pdf


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

#Ficaadica: Espetáculo "Desplante.doc"

Fotografia de Roger Rossel
Nos dias 2 e 3 de março, às 20h, o Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), será palco do espetáculo “Desplante.doc”, que terá entrada franca.

Partindo da experiência pessoal da artista Laura Pacheco, radicada em Salvador e mestre em Dança pela Universidade Federal da Bahia, a apresentação fala sobre uma imigrante brasileira em terra estrangeira, em permanente ação de deslocamento e adaptação, onde a comunicação é o único caminho para um diálogo artístico transcultural.

Situado entre a dança, o vídeo e performance, o espetáculo trata dos choques culturais, os deslocamentos e as adaptações possíveis e necessárias na relação entre o estranho e o familiar, em diferentes culturas, fazendo desse tema o estímulo para a criação artística. Revela o desafio de expôr-se e observar-se em terras estrangeiras, afetando-se e deixando-se ser afetado pelo ambiente estranho e por outros corpos imigrantes. Aqui o corpo da artista torna-se o próprio local de produção do discurso e de questionamento da própria ação comunicativa. Trata-se de um trabalho que desestabiliza estereótipos, questiona as origens, subverte identidades pré-estabelecidas, busca adaptação e criar intimidade onde não tem.

O projeto foi selecionado pelo Prêmio Procultura de Estímulo ao Circo, Dança e Teatro Funarte e irá circular em março por sete cidades brasileiras. A montagem é a continuação de um projeto de pesquisa artístico-acadêmica de Laura Pacheco, iniciado no Programa de Pós-graduação em Dança na Universidade Federal da Bahia e que teve continuidade no exterior, através do  Edital de Residência Artística 2011 da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia/Brasil, dentro do Projeto Articulações Transculturais// ARTEA Madrid, integrando a programação do Festival Scratxe Underground Brasil, na Espanha.

 Para quem gostou da ideia, a artista ministrará a oficina “Experimentação Coreográfica entre a Dança e a Performance”,  no domingo, também com acesso gratuito, mediante inscrição pelo e-mail maiarah@gmail.com.



Dias: 2 e 3 de março de 2013 (sábado e domingo).
Hora: 20h.
Local: Teatro Bruno Kiefer  – 6° andar da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736)
Entrada franca.
Informações:
www.laurapacheco.tk

Fonte: Casa de Cultura Mário Quintana

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Arte de rua no bar

Urbanóide, por Raisa Torterola

Bar 512
Na última terça-feira, 19 de fevereiro, o  Bar 512 emprestou suas paredes amarelas para a abertura da exposição do acervo do Núcleo Urbanóide. O que é esse tal Núcleo?

A resposta é quase óbvia. Se urbano, do latim urbanus, significa "pertencente à cidade", e  núcleo, do latim nuclĕus, é utilizado para referenciar "o elemento primordial ao qual se juntam outros para dar forma a um todo", só poderia ser um coletivo independente de arte de rua. Mais precisamente, fundado há 6 anos em Porto Alegre por Eduardo Guspe, Luis Flávio Trampo, Jonathan Jotapê e Jamaikaih Santarém. O grupo promove e executa projetos visuais de arte urbana, design autoral e workshops criativos.

O ateliê, como é chamada a sede por Marcelo Pax, curador da exposição, funciona para trocar e multiplicar experiência de artistas independentes do país e do exterior. "Às vezes as pessoas se hospedam aqui e acabam produzindo algo que fica para o acervo, é uma forma de cobrar pela estadia", diz Marcelo.

Sobreviventes, de Bruno Góes
 E é justamente por ter tanto material produzido que o coletivo teve a ideia, juntamente com o 512, de realizar a primeira mostra do acervo. As obras representam nítidas indagações da sociedade mundial, não se voltam para questões particulares da capital ou do país, tornando a exposição universal. A obra de Bruno Góes, intitulada "Sobreviventes" (acima), é um bom exemplo: escadas nascendo de buracos, ou de olhos, ou de bocas de cobras. "O que é o fundo, no fundo?"

Desenhos e colagens em madeira, olhos coloridos que parecem dar vida à borboletas, tecidos, telas e pinturas. Trabalhos em preto e branco, com certa influência do nanquim, e as famosas cores dos grafites. Este é o acervo do Núcleo Urbanóide, que deixa claro o quanto a arte urbana passou a dominar outros espaços, inovando nos quesitos de material e de referências. Qualquer um dos quadros poderia estar na parede de uma sala-de-estar, juro.

Live paint, de Marcelo Pax e outros

Os destaques ficam logo na entrada. A obra de Marcelo Pax (acima), em parceria com outros artistas, é uma das boas surpresas. "O live paint é pintado ao vivo, e é o caso desse trabalho, que foi pintado aqui no bar enquanto bebíamos e conversávamos", explica o artista. No fundo do palco, regada por efeitos de iluminação, encontramos outra raridade: um tecido imenso, cheio de casas amontoadas.

Para quem gosta de conhecer novas possibilidades, ou quem gosta de frequentar lugares interessantes, recomendo aparecer no Bar 512 e se deixar levar pelas cores, as pinceladas e os rabiscos expostos. Bom apetite!


* Conheça mais sobre o Núcleo Urbanóide acessando a página oficial  no facebook: https://www.facebook.com/Núcleo-Urbanóide


Mais fotos:

Créditos

Cores e ilusões 

Preto e Branco, com influência do nanquim

Preto e Branco

Trabalho em madeira

As famosas cores
Tecido com casebres 



Marcelo Pax

Pincel, violão e colher







segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Cultura privada

Sala 1
Você sozinho num espaço grande, com máscaras, roupas, perucas, café, biscoito, música e microfones. Acrescentando a possibilidade de fazer o que se quiser fazer. Um paraíso? Na verdade, não. Uma obra.

No último sábado, dia 19 de janeiro, a estudante de teatro da UFRGS, Joice Rossato, estreou a instalação relacional "Questão de Escolha - Relações Público Privadas". E o que é uma instalação relacional? É uma proposta de criação de vínculo entre os objetos e o público que passa por eles. Para que algo aconteça (óbvio) e faça sentido, é preciso de interação entre as partes. Por menor que seja.


Utilidades úteis
O trabalho teve sua primeira solidificação durante 4 horas (das 16h às 20h) na sala 209 da Usina do Gasômetro. O objetivo era ver até que ponto as pessoas se permitem relaxar e abusar dos seus próprios desejos. De um lado todos os aparatos necessários para despertarem ânimo. De outro (lá na outra ponta e escondido, depois da cortina preta), um sofá confortável e uma televisão. De um lado a possibilidade de ser livre por 10 minutos, dançar, vestir, cantar. De outro, a intimidade partilhada.

Sala 2

Assim era estruturada a instalação. Dividida em duas partes. A primeira  trazia mil e uma utilidades disponíveis para a criatividade do participante. Um espelho, perucas, música, máquina fotográfica, etc. Dez minutos para usufruir das suas questões de escolha. Já a segunda, trazia imagens "ao vivo" da sala anterior, transmitidas por uma televisão próxima de um sofá. Quem era obra virava espectador. Passava a desejar (mesmo que inconscientemente) que os outros extrapolassem, dançassem, se permitissem. Pois bem! Aí, exatamente neste ponto, é que se mergulha nas questões da artista: Eu faço o que quero? Eu só sei ver e não sei participar? A resposta surge no deslocamento. É preciso passar pelas duas salas, olhar e ser visto, para compreender. Depois, talvez, se chegue a uma conclusão.

Imagem da televisão
O movimento de inibição causado pelo novo, pelo "tudo é possível", acaba se sobressaindo na obra de Joice. Lá, nada, ou quase nada, foi feito. E o motivo é simples: se tem muito. Se tem muito receio de mexer no que não é seu e está em exposição. Se tem receio de ir além do que deveria, assim, na exposição. Estamos tão limitados a museus e suas fitas amarelas nos impedindo de ver mais perto, que acabamos nos tornando robóticos e mecânicos: não mexer, não mexer. Estamos mecanizados para usar, quebrar e mexer no que está na rua, no quarto do outro, no canto da mesa e do sofá. Menos do que está exposto com este propósito (que coisa!) em galerias e afins. Para o público, degustador ou não, o que dizem ser "arte" é, por tanto, arte. Não se pode mexer. Mas tudo é compreensível, já que estamos acostumados a sermos naturais em nosso habitat. É uma missão complicada dizer para um desconhecido: entra, senta, faz de conta que você está em casa. Esse "faz" é de conta demais para muita gente. E acaba sendo limitador.

Porém, a não agitação do público não desqualifica a obra. Ao contrário do que se pensa, auxilia a artista no processo de encontro de respostas. É através dessa sensação de receios que a instalação cumpre seu papel. Entre os pontos positivos, se torna clara a triste "consciência coletiva" de que o artista e a obra "precisam ser santificados", postos em altar. E que, infelizmente, ela é uma das responsáveis pela distância cultural entre leigos e frequentadores, estudiosos e artistas. Acrescentada de "me vê o de sempre" ou duas doses de "mais do mesmo".

Webcam na sala 1
 Ainda que com falhas na divulgação e na organização do tempo, "Questão de Escolha - Relações Público Privadas" é um estudo encantador sobre a cultura local. Mais do que sobre as escolhas, fala sobre o choque sócio-cultural que é necessário enfrentar para se conseguir interação. É interessante pensar nele como um hermano, um Big Brother bom e revelador de receios. Bom mesmo seria muitos assim pelo mundo. Bom seria!




* A pesquisa iniciou no curso "Outros Procedimentos em Composição", ministrada por Karenina de los Santos, no ano passado. Para a realização foi preciso colaboração entre vários profissionais, sem custos. Para a criadora, a obra serve como experiência e resposta sobre as questões que permeiam sua vida artística. "Eu me questionava sobre a responsabilidade das nossas escolhas como público e não conseguia fazer isso dentro do teatro, não encontrava pessoas que quisessem encontrar essa resposta". E, no fim, o que importa são mesmo as inquietações e a coragem. Para dizer e continuar dizendo.



Mais imagens:

Sala 2

Recados para a artista

Karenina de los Santos, orientadora da pesquisa

O outro, sempre mais interessante

Aviso na entrada


Sala 1


Joice Rossato, a criadora

Equipe de apoio


E, claro, tive que participar total e intensamente. Tcharãn!





sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Para Cuba, com amor.

Sala Negra, por Raisa Torterola
Um espaço cheio de amor. Com detalhes minuciosos sobre os detalhes. Lentes múltiplas buscando pensamentos em comum: Cuba está livre!

Na noite desta quarta-feira, 09 de janeiro, inaugurou a exposição fotográfica "Cuba:  piensa lo que quieras", dos alunos do Câmera Viajante. A mostra acontece no espaço rústico (e cheio de sombras históricas) da sala negra do Instituto dos Arquitetos do Brasil, no centro histórico de Porto Alegre.

Cuba, piensa lo que quieras.
Ao som de músicas típicas, brindando com a famosa cuba libre, os convidados e visitantes folhearam suavidades. Cadeiras plásticas coloridas, pequenos quadros em tons neon, tapes, foto-álbuns, santuários e bandeiras. Assim foi pensada a exposição. Com cuidado e carinho, procurando atingir o observador, convidando para uma boa viagem.


As imagens dos alunos revelam um lado romântico de Cuba, mesclando realidade e ilusão. Paisagens aparentemente de anos muitos remotos, com carros antigos, com casas descascadas. Ruas e roupas cheias de força. Nos faz pensar nas possibilidades tecnológicas que temos, se são realmente essenciais para uma vida saudável. Os reflexos das lentes agridem a era de agitação e pressa, condenam nosso meio e nossa rotina, suplicam que nossos espaços tenham silêncios. Fotografias que gritam as características cubanas: não querem que se pense qualquer coisa, não! Os viajantes e suas câmeras nos mostram o amor. O amor incontrolável e turístico. Brincam com as peculiaridades e as imagens cinematográficas. A exposição se torna um olhar poético sobre as cidades. "Quero ir para Cuba"!


Na parede, depois do real.
Os retratos são o ponto forte da mostra. Saem da figura amada, tratam os moradores como cidadãos. Transportam as humanidades, inauguram a viagem do particular. Tons de pele negra seduzem o olhar. Sorrisos, alegrias, charutos e chapéus. Sombras, mãos e gestos que traduzem um país em desenvolvimento. A força dos olhos, a timidez e a fragilidade. Tudo no mesmo congelamento. No mesmo botão de start. Impossível passar sem invadir ou ser invadido.


"Cuba, piensa lo que quieras" é uma prova de amor. Inova na forma como as imagens estão expostas, traz para o espaço (que é absolutamente lindo e aconchegante) uma nova forma de perceber o todo. Não isola fotógrafos nem fotografias, faz justamente o oposto. Surpreende o visitante, permite uma aproximação. Creio que assim deveriam ser todas as mostras de arte. Uma demonstração - puríssima - de encantamento e amor.

Para quem ama Cuba, ou simplesmente ama, sugiro que olhe de perto. Com amor.








As imagens foram feitas por mim. Estão em fase de diversão (ao menos por enquanto). Segue a prova do crime (imagem do Câmera Viajante):