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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

#Ficaadica: Espetáculo "Desplante.doc"

Fotografia de Roger Rossel
Nos dias 2 e 3 de março, às 20h, o Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), será palco do espetáculo “Desplante.doc”, que terá entrada franca.

Partindo da experiência pessoal da artista Laura Pacheco, radicada em Salvador e mestre em Dança pela Universidade Federal da Bahia, a apresentação fala sobre uma imigrante brasileira em terra estrangeira, em permanente ação de deslocamento e adaptação, onde a comunicação é o único caminho para um diálogo artístico transcultural.

Situado entre a dança, o vídeo e performance, o espetáculo trata dos choques culturais, os deslocamentos e as adaptações possíveis e necessárias na relação entre o estranho e o familiar, em diferentes culturas, fazendo desse tema o estímulo para a criação artística. Revela o desafio de expôr-se e observar-se em terras estrangeiras, afetando-se e deixando-se ser afetado pelo ambiente estranho e por outros corpos imigrantes. Aqui o corpo da artista torna-se o próprio local de produção do discurso e de questionamento da própria ação comunicativa. Trata-se de um trabalho que desestabiliza estereótipos, questiona as origens, subverte identidades pré-estabelecidas, busca adaptação e criar intimidade onde não tem.

O projeto foi selecionado pelo Prêmio Procultura de Estímulo ao Circo, Dança e Teatro Funarte e irá circular em março por sete cidades brasileiras. A montagem é a continuação de um projeto de pesquisa artístico-acadêmica de Laura Pacheco, iniciado no Programa de Pós-graduação em Dança na Universidade Federal da Bahia e que teve continuidade no exterior, através do  Edital de Residência Artística 2011 da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia/Brasil, dentro do Projeto Articulações Transculturais// ARTEA Madrid, integrando a programação do Festival Scratxe Underground Brasil, na Espanha.

 Para quem gostou da ideia, a artista ministrará a oficina “Experimentação Coreográfica entre a Dança e a Performance”,  no domingo, também com acesso gratuito, mediante inscrição pelo e-mail maiarah@gmail.com.



Dias: 2 e 3 de março de 2013 (sábado e domingo).
Hora: 20h.
Local: Teatro Bruno Kiefer  – 6° andar da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736)
Entrada franca.
Informações:
www.laurapacheco.tk

Fonte: Casa de Cultura Mário Quintana

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Arte de rua no bar

Urbanóide, por Raisa Torterola

Bar 512
Na última terça-feira, 19 de fevereiro, o  Bar 512 emprestou suas paredes amarelas para a abertura da exposição do acervo do Núcleo Urbanóide. O que é esse tal Núcleo?

A resposta é quase óbvia. Se urbano, do latim urbanus, significa "pertencente à cidade", e  núcleo, do latim nuclĕus, é utilizado para referenciar "o elemento primordial ao qual se juntam outros para dar forma a um todo", só poderia ser um coletivo independente de arte de rua. Mais precisamente, fundado há 6 anos em Porto Alegre por Eduardo Guspe, Luis Flávio Trampo, Jonathan Jotapê e Jamaikaih Santarém. O grupo promove e executa projetos visuais de arte urbana, design autoral e workshops criativos.

O ateliê, como é chamada a sede por Marcelo Pax, curador da exposição, funciona para trocar e multiplicar experiência de artistas independentes do país e do exterior. "Às vezes as pessoas se hospedam aqui e acabam produzindo algo que fica para o acervo, é uma forma de cobrar pela estadia", diz Marcelo.

Sobreviventes, de Bruno Góes
 E é justamente por ter tanto material produzido que o coletivo teve a ideia, juntamente com o 512, de realizar a primeira mostra do acervo. As obras representam nítidas indagações da sociedade mundial, não se voltam para questões particulares da capital ou do país, tornando a exposição universal. A obra de Bruno Góes, intitulada "Sobreviventes" (acima), é um bom exemplo: escadas nascendo de buracos, ou de olhos, ou de bocas de cobras. "O que é o fundo, no fundo?"

Desenhos e colagens em madeira, olhos coloridos que parecem dar vida à borboletas, tecidos, telas e pinturas. Trabalhos em preto e branco, com certa influência do nanquim, e as famosas cores dos grafites. Este é o acervo do Núcleo Urbanóide, que deixa claro o quanto a arte urbana passou a dominar outros espaços, inovando nos quesitos de material e de referências. Qualquer um dos quadros poderia estar na parede de uma sala-de-estar, juro.

Live paint, de Marcelo Pax e outros

Os destaques ficam logo na entrada. A obra de Marcelo Pax (acima), em parceria com outros artistas, é uma das boas surpresas. "O live paint é pintado ao vivo, e é o caso desse trabalho, que foi pintado aqui no bar enquanto bebíamos e conversávamos", explica o artista. No fundo do palco, regada por efeitos de iluminação, encontramos outra raridade: um tecido imenso, cheio de casas amontoadas.

Para quem gosta de conhecer novas possibilidades, ou quem gosta de frequentar lugares interessantes, recomendo aparecer no Bar 512 e se deixar levar pelas cores, as pinceladas e os rabiscos expostos. Bom apetite!


* Conheça mais sobre o Núcleo Urbanóide acessando a página oficial  no facebook: https://www.facebook.com/Núcleo-Urbanóide


Mais fotos:

Créditos

Cores e ilusões 

Preto e Branco, com influência do nanquim

Preto e Branco

Trabalho em madeira

As famosas cores
Tecido com casebres 



Marcelo Pax

Pincel, violão e colher