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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O porre e o Big Brother Brasil

Cansei de ler e ver imagens relacionadas aos boatos que cercam o Big Brother Brasil.


Me recuso a fazer parte de um convívio onde a todo o instante o país debate ingenuidades. Absurdo maior é o que se faz com a humanidade, o quanto reduzimos nossos olhos, o quanto nos tornamos presidiários. Somos aquilo que consumimos, senhores! E me dói dizer que na tarde de ontem, em visita ao Iberê Camargo, estava acompanhada da minha própria sombra - ninguém mais.


Google Imagens.
Temos arte espalhada pelos cantos: a cor do céu em sintonia com o asfalto, as obras da arquitetura antiga mescladas com a moderna. Temos artistas diários, tentando sobreviver às migalhas que jogamos no balaio de moedas. Temos crianças sorrindo em ônibus, temos movimentos circulando, inspirando dança. E ao invés de utilizarmos todos os meios possíveis de comunicação para convidar a humanidade a apreciar a vida, debatemos sobre os reflexos do "grande irmão", sobre as frases de cada signo, sobre histórias em quadrinhos irônicas. Não! Não quero que as mediocridades sejam excluídas, mas ponderadas.
Ora, como posso aceitar que esta enorme fresta entre babaquices e “interessâncias” está reduzindo com o auxilio dos "amigos" que tenho no fantástico mundo do Facebook? Não! Não é um pedido para debatermos a fome, a corrupção, os preconceitos sociais, raciais e sexuais nas vias da internet - o que não seria nada mal. Mas uma observação sobre o que deixamos de lado em cada texto que se cria sobre as babaquices. É um momento de solidão, onde me sinto avulsa nas questões que me parecem pertinentes de debate. Tento procurar espaços nas praças, nos cinemas, nas exposições, nos bares. Lugares que a população habita, lugares onde possa conversar e observar, trocar fontes de energia, opiniões que auxiliem as minhas. Estou tentando gritar com a força das palavras um pedido de pausa. Precisamos pausar as pressas, conduzir menos, aceitar mais. Precisamos adicionar fotos de crianças sorrindo, de velhos caminhando, de velas, de flores, das nuvens, das artes que criamos. Sinceramente, tenho medo de fazer parte de uma rede - nem tão social - onde o corpo serve como ego, exibido em pequenos trajes. Tenho medo de ser conivente com a incapacidade quando leio cinco ou seis frases/ textos publicados por amigos meus - sempre os mesmos - e vejo a quantidade de pessoas que "curtiu" sem ao menos saber o que o amontoado de palavras significa. Bêbados estamos nós, sob o efeito incansável do álcool. Que porre!
Senhores, vamos ser alegres, brincalhões, risonhos! Mas sem esquecer: o sorriso ainda é a maior prova de sobriedade!


Sejamos sóbrios!


Raisa Torterola