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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Para Cuba, com amor.

Sala Negra, por Raisa Torterola
Um espaço cheio de amor. Com detalhes minuciosos sobre os detalhes. Lentes múltiplas buscando pensamentos em comum: Cuba está livre!

Na noite desta quarta-feira, 09 de janeiro, inaugurou a exposição fotográfica "Cuba:  piensa lo que quieras", dos alunos do Câmera Viajante. A mostra acontece no espaço rústico (e cheio de sombras históricas) da sala negra do Instituto dos Arquitetos do Brasil, no centro histórico de Porto Alegre.

Cuba, piensa lo que quieras.
Ao som de músicas típicas, brindando com a famosa cuba libre, os convidados e visitantes folhearam suavidades. Cadeiras plásticas coloridas, pequenos quadros em tons neon, tapes, foto-álbuns, santuários e bandeiras. Assim foi pensada a exposição. Com cuidado e carinho, procurando atingir o observador, convidando para uma boa viagem.


As imagens dos alunos revelam um lado romântico de Cuba, mesclando realidade e ilusão. Paisagens aparentemente de anos muitos remotos, com carros antigos, com casas descascadas. Ruas e roupas cheias de força. Nos faz pensar nas possibilidades tecnológicas que temos, se são realmente essenciais para uma vida saudável. Os reflexos das lentes agridem a era de agitação e pressa, condenam nosso meio e nossa rotina, suplicam que nossos espaços tenham silêncios. Fotografias que gritam as características cubanas: não querem que se pense qualquer coisa, não! Os viajantes e suas câmeras nos mostram o amor. O amor incontrolável e turístico. Brincam com as peculiaridades e as imagens cinematográficas. A exposição se torna um olhar poético sobre as cidades. "Quero ir para Cuba"!


Na parede, depois do real.
Os retratos são o ponto forte da mostra. Saem da figura amada, tratam os moradores como cidadãos. Transportam as humanidades, inauguram a viagem do particular. Tons de pele negra seduzem o olhar. Sorrisos, alegrias, charutos e chapéus. Sombras, mãos e gestos que traduzem um país em desenvolvimento. A força dos olhos, a timidez e a fragilidade. Tudo no mesmo congelamento. No mesmo botão de start. Impossível passar sem invadir ou ser invadido.


"Cuba, piensa lo que quieras" é uma prova de amor. Inova na forma como as imagens estão expostas, traz para o espaço (que é absolutamente lindo e aconchegante) uma nova forma de perceber o todo. Não isola fotógrafos nem fotografias, faz justamente o oposto. Surpreende o visitante, permite uma aproximação. Creio que assim deveriam ser todas as mostras de arte. Uma demonstração - puríssima - de encantamento e amor.

Para quem ama Cuba, ou simplesmente ama, sugiro que olhe de perto. Com amor.








As imagens foram feitas por mim. Estão em fase de diversão (ao menos por enquanto). Segue a prova do crime (imagem do Câmera Viajante):


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