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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sobre amor e búfalos

Resquícios de um diálogo entre filha e pai, percorrendo as estradas da vida, com destino longo: o mar.


- Vejo os problemas da humanidade como búfalos que se aproximam. Assustadores, milhares, velozes. Quanto mais perto, mais temidos. Os mais velhos, os mais lentos e os doentes ficam atrás. Próximos de seus predadores. A humanidade não percebe que a manada se aproxima. Mas quando percebe se faz atropelar. É apenas uma questão de perspectivas. Se os búfalos fracos estão atrás, por que se deixar atropelar?

- Uma bela pergunta! Os búfalos passam. E nós, imóveis, não atacamos. Imobilizados por uma falta. Chamo esta falta de aamorosidade. Vivemos numa era onde o amor se faz ausente, e aos poucos a procura por preenchimento afasta o amor e suas essencias. Existe pressa! Não se tem mais tempo para reflexão, para compreensão. Ou se ama, ou se abandona. Pouco disto tudo é que se entende.

- É a manada! Ou se deixa ser atropelado por medo e falta de percepção, ou se ataca os mais vulneráveis. E, no fim, é só uma manada, uma lei orgânica da vida. Pois um dia todos serão velhos, todos serão doentes e fracos. Não há problema que permaneça vivo e forte!

- Não há vazio que deva ser preenchido.