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sexta-feira, 20 de maio de 2011

ARTI...



Quero falar de sensibilidade, signos e significados.


Tenho uma mania pouco destrutiva: gosto do que me emociona, do que me provoca, me faz silenciar em reflexão. A arte com seus sentidos – duplos e triplos. Sem saltos, sem piruetas impossíveis. Gosto mesmo de alma. De ver com lágrimas todas as verdades. Desde uma criação coreográfica até um mar erguido em solidão. Onde o bailarino me atinge, me invade, me enfurece com o vazio total. Estamos sós. Feitos de poeira e pó. Bailarinos contemplados com a mala de vivências, nada mais.

Gosto de entrar na paranoia  sentir os sentidos – todos! Gosto de tocar no rosto, de acariciar no colo e sentir o abraço. De sobreviver às angústias que assisto calada. Eis uma pura questão! Assistimos calados?

Ver pequenos GESTUS “Sobre todos nós”. Ver a mim em cena mesmo sentada em qualquer espaço. Passo. Aço. Faço. De mim um traço, sobre estar ali e voltar ao passado. Acessar minha memória de ‘solidó’. Compreender o corpo que se move a minha frente, mesmo que no escuro. Sentir o que a obra de arte sente – não o que o artista sentiu. Entender o que se espera do público e, mesmo fazendo parte dele, ser parte da obra.

Nós somos parte. Arte! Nós somos ARTI- gos, ARTI- stas! Nós feitos em gargantas. Presos por regras (tentar quebrá-las é a maior delas). Nós amarrotados de pele, osso, músculo. Somos obra a todo instante, movendo o espaço entre o faço e o vejo. Percebo?

Palavra como palavra. Dois, ao invés de 2. Tudo com clareza; ou não. Tudo percebido em sentido: tato, olfato. Fato!

Fim do primeiro ato.

A sinfonia francesa, a inquietação da platéia: POR FAVOR, DESLIGUE O CELULAR! PARE DE TOSSIR! PARE DE FALAR! ESCUTE! OUÇA! VEJA! VOCÊ É A PARTE MÓVEL DA ARTE!

Não! Não espere de mim piedade! Quero o silêncio, a solidão que me faz refletir. Gosto de invadir minha história, roubar memórias e ver o corpo todo lembrar. Gosto quando choro. Gosto muito quando choro e dói a garganta. É sinal de liberdade. PARE! VEJA! É A ALMA! Saltando do peito, invadindo a platéia, me pedindo pra ficar. Ficar ali, tão e só, ali.

Gosto de perceber – enxergar não é ver. Gosto de ir no fundo, congelar o coração. A arte se inspira na solidão. Gosto de me sentir só, guardar nos lábios palavras ditas sem diálogos: o corpo não trai. Atrai.

Signos! A ponte entre ser e SER. “Muito antes da palavra”. A dança, a música, o circo, a mágica, o teatro, a poesia, a vida. Tudo e todos alimentados pelo silêncio. É como ver o bailarino respirar. Quem consegue?

Quero falar de sensibilidade, signos e significados. Quero falar de vida, de arte, de parte.





(Cia Gestus, autor desconhecido)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Ajudem!

A ARTE CÊNICA de Porto Alegre precisa da tua ajuda! Segue o link de um abaixo-assinado em prol da Lei de Fomento ao Trabalho Continuado em Artes Cênicas. (Artistas, ajudem a divulgar!)

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N8964