Ten Chi, de Pina Bausch. |
Pina não deixou o melhor para o final, se quer planejou o que aconteceu. Ontem aplaudi de pé a sua Companhia. E pra minha comoção vi aqueles bailarinos chorando. Choravam pela trajetória toda. Pela alma que perderam, pelo renascimento. Assim como quem os aplaudia de verdade. Choravam a emoção de seguir em frente, de superar o que ficou a pouco no baú de memórias.
Ver aqueles homens tão fortes e aquelas mulheres tão seguras chorando foi o melhor final que Pina Bausch pode nos deixar. Nada de passos bem marcados, nada de música sombria ou alegre: sentimento. Pina sempre foi maior que o seu prórpio mundo, sempre sentiu mais que todos, sempre viveu mais que todos. Pina é maior que a própria morte, é viva no acontecimento. Ontem, por cerca de dez minutos, participei do maior legado que se pode deixar: aplausos sem fim.
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